quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Ação de sustentabilidade: "Plante uma árvore" no Garandela

Thaís Alessandra, do Coletivo Cirandar

O Projeto Albatroz, por meio da publicação deste texto, está contribuindo com a campanha “Plante uma árvore”. A cada texto divulgado em blogs e ou sites, a Flora Ikebana Flores doa uma muda nativa da Serra do Garandela e a planta no local. Em janeiro, serão realizadas novas plantações em nome de organizações que contribuíram com a iniciativa, uma delas é o Projeto Albatroz.

A ação está sendo disseminada nas redes sociais pela própria floricultura que é envolvida com as questões ambientais que abrangem a devastação que está ocorrendo no Gandarela; por isso, também está apoiando a criação do Parque Nacional que irá proteger a região, limitando a mineração de assolar todo o local.

“Há dois anos o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) está analisando a concepção do mesmo, Gandarela poderá se transformar em mais um empreendimento minerário se o Parque Nacional não for concebido”. Há cerca de 40 km de Belo Horizonte e disposta em um panorama natural privilegiado, entre a Serra da Piedade e a Serra do Caraça, com vegetação rupestre e cangas vinculadas a jazidas de ferro, e biomas de Mata Atlântica, a Serra do Gandalera tem uma ampla riqueza hídrica (Rio Piracicaba e Doce, Bacias do Rio das Velhas e São Francisco) aliada ao seu Quadrilátero Ferrífero que vem sendo assolado por atividades mineradas, que colocam em risco os mananciais dessa região, principalmente a Bacia do Rio das Velhas que é a responsável pelo abastecimento de 60% dos 5 milhões de cidadãos mineiros que dependem dessas águas.

A campanha está em caráter experimental em relação ao plantio no Gandarela, e desde janeiro de 2013 realizou o plantio de aproximadamente 100 mudas na região. As próximas ações estão marcadas para outubro, pois os meses de tempo nublado são adequados para essa ação. “Plante uma Árvore” tem o anseio de suavizar as áreas mais assoladas do Gandarela por meio do plantio de mudas típicas da região: jacarandá, sucupira, ipê amarelo, ipê branco, tamarino, peroba, entre outras. Alguns sites conhecidos em Minas Gerais (Cidade BH e Abraço Mundo) e a nível Brasil (Blog Fundação SOS Mata Atlântica *Guest Post) publicaram a campanha e logo contribuíram com o plantio.

As atividades do plantio estão sendo publicadas no site da Ikebana Flores. “Todos os blogueiros ou sites que noticiarem a campanha terão uma muda plantada em seu nome na Serra do Gandarela”. A Floricultura Ikebana Flores também está estimulando novas práticas de plantio, presenteando a todos que se interessarem com mudas do cerrado durante a campanha, basta comparecer de segunda a sexta-feira, no horário de 10h00 as 19h00 na Av. Getúlio Vargas, 1697 – Savassi. Belo Horizonte- MG. Telefone: (31) 3227-4802. Participe também! Gandarela precisa de você.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Inverno: O mar para os surfistas e para as aves marinhas!

O inverno, normalmente, é tempo de mar revolto, de alerta para os marinheiros, e de “altas ondas” para os surfistas. E também é no inverno que a costa do Brasil recebe a maior diversidade de fauna marinha: mamíferos, representados pelos golfinhos e baleias; aves pelos pinguins, albatrozes, petréis, trinta-réis, etc., além de diversas espécies de peixes, sendo que todos vêm atraídos pelo zooplâncton e fitoplâncton trazidos pelas correntes marinhas frias. É cada vez mais comum ouvirmos falar ou encontrarmos com pinguins nas praias do litoral brasileiro. Diferente do que muitos dizem, estes animais não estão “perdidos” na costa do Brasil, e sim seguem a corrente das Malvinas/Falklands atrás de alimento em sua migração de inverno. Normalmente, em mar aberto, ficam no limite da plataforma continental, porém, algumas centenas desses animais se deslocam para águas mais rasas/costeiras, na maioria das vezes, por debilidade da extensa viagem, interação com artefatos de pesca, petrolizadas ou atraídos por alimento. Assim como os pinguins, diversas espécies de aves marinhas são migratórias sazonais, ou seja, todos os anos viajam centenas a milhares de quilômetros, acompanhando as correntes marítimas e a abundância de alimento, para cumprir parte de seu ciclo de vida. O Brasil é um país rico em biodiversidade, incluindo uma grande parcela das aves marinhas. Das 310 espécies de aves marinhas que existem no mundo, 130 utilizam o nosso litoral todos os anos, para reprodução, alimentação e abrigo. Além disso, por serem predadores de topo de cadeia, as aves são indicadoras da qualidade ambiental. Portanto, quando esses animais são ameaçados, principalmente por atividades humanas, pode significar desastres ecológicos importantes, colocando em risco populações e ambientes marinhos em todo o mundo. Por exemplo, das 22 espécies de Albatrozes, todas possuem algum grau de ameaça de extinção. Uma espécie ameaçada ou criticamente ameaçada, quer dizer que restam poucas centenas ou apenas dezenas de indivíduos. Os Albatrozes são aves oceânicas que raramente se aproximam da terra exceto para reprodução, que ocorre em ilhas remotas do Atlântico Sul e ilhas Subantárticas. Distribuem-se extensamente pelos oceanos, realizando as maiores migrações e viagens de alimentação conhecidas, chegando a circundar o continente antártico. Vivem cerca de 80 anos, porém atingem maturidade sexual tardia, entre 5 a 11 anos dependendo da espécie. Colocam apenas 1 ovo por temporada reprodutiva sendo que podem ocorrer em intervalos de dois ou mais anos. A morte de um indivíduo juvenil de albatroz, significa uma perda ecológica de aproximadamente 10 anos de esforço reprodutivo. Diversos tipos de pressões são sofridas pelas aves, como poluição, derramamentos de óleo, redução de alimento pela atividade intensiva de pesca, turismo desordenado nas colônias reprodutivas, introdução de doenças, entre outros fatores. Para os albatrozes em especial, a causa principal de declínios populacionais é a captura não-intencional pelos barcos que usam espinhel pelágico (técnica de pesca industrial utilizada em águas profundas para apanhar atuns, espadartes e tubarões). Ao serem atraídos e tentarem comer as iscas (lulas ou sardinhas), os albatrozes se engancham nos anzóis e morrem afogados. Em parceria com os próprios pescadores, o Projeto Albatroz desenvolve ações para diminuir esta captura. Essas medidas, hoje transformadas em leis graças ao intenso trabalho, são: o uso do toriline (aparato que espanta as aves do local onde são lançados os anzóis com as iscas), peso na linha de pesca (afunda a linha de pesca rapidamente) e largada noturna (grande parte das aves se alimentam durante o dia). O não uso dessas medidas, chamadas mitigadoras, implica em multas e descumprimento de lei. Trinta-réis é o nome dado a algumas espécies de gaivotinhas migratórias que assim foram batizadas por serem tão comuns como as moedinhas de trinta réis, e avistadas, principalmente em grandes bandos. Hoje em dia esta realidade mudou bastante. Estas aves sofreram diversos tipos de pressões antrópicas como coleta de ovos, fogo intencional em colônias reprodutivas, perturbações nos ninhais, entre outros, e atualmente não tão comuns, são avistadas em bandos menores e fragmentados. Realizam migrações entre as Américas e Europa, e algumas se reproduzem no Brasil, chamadas então de aves marinhas migratórias residentes. A trinta-réis-de-bando, a trinta-réis-de-bico-vermelho e a Trinta-réis-real são as 3 espécies que utilizam ilhas e ilhotas do nosso litoral para confeccionarem seus ninhos, colocarem seus ovos e criarem os filhotes no inverno e após seguem em direção ao sul do continente no verão. Estudos genéticos e de monitoramento populacional já afirmam que as colônias do sul, embora sejam das mesmas espécies, tratam-se de populações diferentes, pois não realizam cruzamentos entre elas (não há troca de material genético) e reproduzem-se em épocas diferentes. Ou seja, temos populações cada vez menores e exclusivas brasileiras o que pode agravar ainda mais os impactos causados nessas espécies. Devemos lembrar o nosso litoral é habitado também por outras espécies não-migratórias como os atobás, os gaivotões, as fragatas, as garças entre outros. Toda essa diversidade compõe um ambiente comum: o Ambiente Marinho, que cada vez mais é explorado/degradado por atividades humanas. Esperamos que cada vez mais pessoas se conscientizem dessa realidade e consigam entender a importância de ações para conservação. Estas ações começam partindo de pequenas atitudes pessoais, desde diminuir o consumo de sacolas plásticas, separação e reciclagem de lixo, disseminação de conhecimento até a mudanças de políticas públicas. Sabendo disso, com certeza a direção do seu olhar mudará. Você prestará mais atenção ao que te cerca na próxima vez em que for à praia! Desfrute da beleza natural desses animais enquanto é tempo!! Tempo não de extinção, mas tempo de fazermos a diferença!! Viver pra ser melhor também é um jeito de levar a vida! Juliana Yuri Saviolli Médica Veterinária Coordenadora de Medicina da Conservação do Projeto Albatroz Coordenadora do Projeto AvesAmar www.projetoalbatroz.org.br
Texto publicado originalmente em http://renataporcaro.com.br/oceanografia/inverno-o-mar-para-os-surfistas-e-para-as-aves-marinhas/

terça-feira, 25 de junho de 2013

A história do toriline

Desde a sua fundação, o Projeto Albatroz desenvolve ações com o objetivo de reduzir a captura não intencional de albatrozes e petréis, chamadas de medidas mitigadoras. Além de proteger as aves, essas medidas também beneficiam os pescadores. Afinal, a produtividade da pesca aumenta, à medida que peixes – e não aves – são capturados pelos anzóis. Uma das medidas mais importantes é o toriline, formado, entre outros elementos, por fitas coloridas que afugentam as aves. O modelo de toriline atualmente adotado foi desenvolvido pelo mestre pesqueiro José Ventura, o seu Zé, de Itajaí (SC), cidade onde o Projeto Albatroz mantém uma de suas bases de trabalho. Essa história começa em 2000 quando seu Zé, à época mestre do barco pesqueiro Macedo I, da empresa Kowalsky, apresentou para Tatiana Neves, coordenadora geral do Projeto Albatroz, o modelo desenvolvido por ele, inspirado em modelo já utilizado por barcos de espinhel. O toriline – termo composto do japonês tori, “ave”, e do inglês line, “linha” – foi criado por pesquisadores australianos para ser utilizado por barcos pesqueiros japoneses que operavam nos mares ao sul da Austrália. No entanto, o equipamento desenvolvido por eles, que passaria a ser adotado por outros países, não era adequado aos barcos nacionais, que são muito menores e, em alguns casos, feitos de madeira. Seu Zé, então, reuniu os materiais que tinha à disposição nos armazéns da empresa e montou um toriline com fitas curtas, leves e coloridas, diferente do modelo utilizado em outros países, cujas fitas eram longas e pesadas. Esse modelo consiste ainda em um cabo longo, arrastado pela embarcação durante o procedimento de largada do espinhel. A intenção é afugentar as aves para longe da área onde as isca, lançada pelos pescadores, ainda está boiando perto da superfície, antes de afundar para as profundidades de pesca, onde as aves não podem alcançá-las. O cabo tem uma das extremidades presa a um poste de oito metros de altura, posicionado na popa da embarcação; a outra extremidade leva um dispositivo que causa resistência ao ser arrastado na água, fazendo que a linha fique esticada e ganhe altura. A parte aérea é provida de fitas coloridas que balançam ao vento, afugentando as aves. O desenho padrão do equipamento foi estudado detalhadamente pelo Projeto Albatroz e, depois, apresentado às empresas pesqueiras e ao governo nacional. Em abril de 2011, os Ministérios da Pesca e do Meio Ambiente o tornaram o uso do toriline do Seu Zé obrigatoriedade nacional por meio da publicação da Instrução Normativa Interministerial nº 04. Em agosto do mesmo ano, esse mesmo modelo foi apresentado na reunião do Acordo para Conservação de Albatrozes e Petréis (ACAP), em Guayaquil, no Equador, e adotado como uma das medidas prioritárias internacionalmente. Em novembro de 2011, foi a vez da Comissão Internacional para a Conservação do Atum do Atlântico (ICCAT, na sigla em inglês) adotar esse modelo de toriline, entre outras medidas, através de sua Recomendação nº 09/11, aprovada em reunião realizada em Istambul, na Turquia. Assim, o uso do toriline é obrigatório para todos os barcos que pescam no sul do Atlântico. Outras medidas mitigadoras vêm sendo desenvolvidas pelo Projeto Albatroz. Uma delas está sendo estudada neste mês. Trata-se do hook pod – ou bananinha, apelido dado por alguns pescadores - um aparelho que “encapsula” a ponta do anzol antes do pescador lançá-lo ao mar. Ele se abre automaticamente, acionado pela pressão, a 20 metros de profundidade. Assim, o anzol iscado é liberado em profundidade não alcançada pelas aves, evitando que elas sejam fisgadas enquanto tentam roubar as iscas. Acompanhem as notícias sobre o teste da bananinha em nosso site. Até a próxima! Equipe Albatroz

quinta-feira, 21 de março de 2013

Ajuda dos pescadores é fundamental para conservação de albatrozes e petréis

A parceria do Projeto Albatroz com os pescadores contribui fortemente com os estudos sobre a conservação de albatrozes e petréis. Além de somar informações às pesquisas realizadas, trabalhar com esses profissionais da pesca é extremamente compensador porque proporciona ricas experiências humanas, uma vez que, assim como os albatrozes, eles passam boa parte da sua vida nos mares. Esse intercâmbio realizado entre o Projeto Albatroz e os pescadores ocorre não somente durante embarques, com os observadores de bordo, mas também no monitoramento dos portos pesqueiros. Diariamente, esse trabalho é desenvolvido com mestres de pesca, com pescadores da tripulação em geral e com representantes de empresas pesqueiras nos portos pesqueiros de Itajaí (SC) e Rio Grande (RS), cidades nas quais o Projeto tem base. O objetivo dessa ação é a disseminação de informações sobre as atividades da organização. São experiências como essas que Rafael Pinheiro, estagiário do Projeto Albatroz da base em Rio Grande (RS), do Projeto, descreve. “Perguntei a um pescador se ele achava que as aves roubam as iscas da pesca com espinhel. Ele me respondeu: - Roubar? Não! Elas só pegam as iscas porque estão com fome!” É também nessa oportunidade que a equipe técnica do Albatroz realiza um amplo trabalho com foco na conservação que dimensiona o tamanho da interação das aves oceânicas com os barcos de pesca com espinhel. Essa técnica de pesca industrial é a que mais captura incidentalmente as aves e é utilizada para capturar atuns, espadartes e tubarões. Soluções para esse problema também partem dos próprios pescadores. Um deles, o seu Zé Ventura, de Itajaí (SC), propôs o modelo de toriline leve que, atualmente, é adotado por embarcações como medida para afugentar as aves, evitando que elas roubem as iscas dos anzóis. O uso desse modelo de toriline, inclusive, é o recomendado pela Instrução Normativa 04, de abril de 2011, que norteia uma série de ações mitigadoras que devem ser adotadas pelas embarcações de espinhel pelágico. A integração desses esforços de conservação é um dos aspectos do trabalho realizado na área de meio ambiente que, certamente, resulta em fatores positivos para a proteção das espécies.

terça-feira, 5 de março de 2013

Elas chegaram para ficar

As mídias sociais já demonstraram a força que possuem no quesito mobilização. Um rápido exemplo – o da Primavera Árabe – comprova o potencial do Facebook, situando apenas um caso. Mas, seus variados formatos e utilidades contribuem para objetivos diversos, desde o político – como o movimento que ocorreu no mundo árabe – até o de divulgação institucional. É justamente esse último aspecto que o post de hoje pretende abordar. O Projeto Albatroz atua ativamente no Facebook, Twitter, Flickr, além do Youtube e blog. Fazendo um link entre as mídias sociais e o terceiro setor (que reúne organizações não- governamentais, caso do Projeto), o social media tem a mesma importância que apresenta para uma empresa privada, uma vez que alavanca causas de diferentes formas. Primeiro, oferecendo maior escala por meio da mobilização de pessoas; segundo, estimulando o intercâmbio de indivíduos que possuem experiências diferentes e que podem contribuir para promover a transformação social. Por isso, o constante monitoramento dos relacionamentos é fundamental para marcar presença na rede. Quando pensamos em redes sociais para uma organização, é necessário entender qual o propósito, aonde se quer chegar, quais canais e funções para cada um deles. Dessa forma, não adianta criar uma conta em uma determinada mídia sem antes analisar as plataformas que façam sentido para os objetivos de comunicação e que tragam conversão, tanto para instituição como para seus seguidores. Por exemplo, não adianta nada uma empresa criar uma conta no Instagram, se não tiver conteúdo pertinente para fotos e flexibilidade mobile. Um exemplo é o uso de blogs que, quando começaram a ser disseminados, consistiam simplesmente em um diário, com o registro de impressões individuais. Com o tempo, se transformaram também em um instrumento importante para organizações, sendo fonte de informação institucional e, no caso do Projeto Albatroz, um espaço único de veiculação de posições da organização sobre temas variados. Mídias mais recentes já são usadas de forma mais estratégica por algumas organizações. No Brasil, o Twiiter e o Facebook são exemplos disso. No Facebook, por exemplo, é possível manter relacionamento, criar serviços de atendimento ao consumidor e campanhas, entre outros. Segundo a pesquisa Latin America Corporate Social Media Study 2010, 16% das empresas brasileiras têm uma página na rede social. Informa o estudo: “muitas marcas já possuem sua fan page, mas ainda não sabem como utilizá-la da melhor maneira. Muitos têm dúvidas como: de que maneira responder a seus clientes, qual postura adotar e como conquistar fãs”. Diante dessas questões, há pelo menos uma, fundamental e que não pode ser relegada: as mídias lidam com pessoas e primam pela manutenção do relacionamento com elas. Quando uma organização cria uma fan page no Facebook, ela se aproxima de seu público, humaniza a marca e cria um elo com os seguidores, que são os detentores do poder nas redes sociais. O Projeto Albatroz tem o objetivo de ser transparente, ter um relacionamento contínuo e cíclico com seu público na web. As mídias trabalhadas estão sempre integradas e atualizadas, com conteúdo adaptado para cada uma delas. E à sua disposição. Visite: Facebook Twitter Flickr Youtube

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Albatrozes e petréis na rede de conservação Biomar

Albatrozes e petréis ganharam mais aliados à causa de sua proteção. Agora, essas aves são também objetivo do trabalho da Rede de Projetos de Biodiversidade Marinha (Biomar), formada por organizações que trabalham em prol da conservação do ambiente marinho e patrocinadas pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental. No mundo, existem 115 espécies de petréis e 22 de albatrozes. A maioria das espécies de albatrozes – mais especificamente, 17 - e de petréis gigantes está em declínio ou ameaçada de extinção em algum nível, pelo menos em parte devido à mortalidade resultante da captura pelos espinhéis. O gênero Procellaria, que inclui a pardela-de-óculos (Procellaria conspicillata) e a pardela-preta (Procellaria aequinoctialis) - ambas ocorrendo no Brasil - é também impactado por essa técnica de pesca. A conservação dessas aves é objeto de medidas em planos internacionais e também nacionais, a exemplo do Brasil que, desde 1986, desenvolve e monitora medidas de proteção por meio do PLANACAP (Plano de Ação Nacional de Conservação de Albatrozes e Petréis), documento elaborado pelo Projeto Albatroz em parceria com outras instituições. A inclusão dessas espécies no trabalho do Biomar reforça as medidas de proteção já desenvolvidas e potencializa os esforços de conservação da biodiversidade marinha. Formada pelos projetos Tamar, Golfinho Rotador, Coral Vivo e Baleia Jubarte e, mais recentemente, pelo Projeto Albatroz, a Rede Biomar quer minimizar os fatores de ameaça às espécies contempladas por cada uma dessas organizações, ao mesmo tempo que integra o fortalecimento e a articulação de medidas de proteção. Além disso, o ingresso do Projeto Albatroz na Rede vai ao encontro dos objetivos da organização, que incluem a geração e compartilhamento de conhecimento, a mobilização e a realização de parcerias com vários setores da sociedade para a ampliação da consciência ambiental e a manutenção da biodiversidade marinha em contribuição ao desenvolvimento sustentável. Ao ser incluído na Rede Biomar, o Projeto espera contribuir com o incremento de ações que protegem a vida nos oceanos e mares, ao mesmo tempo que se sente honrado em compartilhar essa missão com organizações já estabelecidas como referência na área de conservação do meio ambiente marinho. A soma desses esforços terá, com certeza, em resultados positivos.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Lixo e os animais marinhos

Estima-se que, por ano, aproximadamente, 6.4 milhões de toneladas de lixo são descartadas nos oceanos e mares. Boa parte desse lixo, principalmente os plásticos, confunde os animais marinhos, que ingerem os resíduos ao confundi-los com alimento. A análise do conteúdo estomacal de animais marinhos é uma forma de avaliar a proporção do problema enfrentado por esses seres vivos. É muito comum que se encontre em seu estômago fragmentos de sacolas plásticas, tampinhas de garrafa, isqueiro, entre outros resíduos. Os Procellariiformes (ordem a qual pertencem albatrozes e petréis) também sofrem as consequências desse impacto. As águas brasileiras são utilizadas para alimentação de várias espécies e, assim, muitas aves são encontradas em praias do Sul do País com uma grande quantidade de lixo em seus estômagos (o lixo bloqueia o trato digestivo, levando o animal à morte). Em uma pesquisa que analisou o conteúdo estomacal de 77 aves procellariformes, nibs e nylon representaram 80% dos fragmentos encontrados, presentes em 86% das amostras. Nibs são pequenas bolinhas brancas (de 1 a 5 milimetros de diâmetro) e dão origem a materiais plásticos como copinhos, garrafas e mamadeiras. São transportados pelos mares e sua dispersão é frequente. De acordo com a pesquisa, as espécies mais afetadas por esses resíduos foram o bobo-grande (Puffinus gravis) (12/12), a pardela-preta (Procellaria aequinoctialis) (6/7) e o albatroz-de-sombracelha-negra (Thalassarche melanophris) (14/17). Os dois primeiros são espécies de petréis. No entanto, os nibs não são o único problema. Objetos plásticos já em sua forma final – a exemplo de tampinhas – também foram encontrados em estômagos de albatrozes filhotes em uma ilha do Havaí, mortos bem provavelmente em consequência da sua ingestão. O problema do descarte inadequado do lixo plástico é de todos nós. Enquanto não houver maior sensibilização e consciência acerca do impacto que causa a diversos seres vivos, ele continuará significando problemas em diferentes níveis, incluindo aí o ambiente marinho. Fontes: Eco Desenvolvimento Global Garbage BBC Brasil

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Albatroz na Escola: educação ambiental que dá certo!

O Projeto Albatroz vem trabalhando há mais de 20 anos na proteção das aves oceânicas. São duas décadas de desenvolvimento de atividades principalmente técnicas, voltadas a pesquisas que auxiliem a reduzir a captura acidental dos albaltrozes e petréis pelos barcos de pesca que usam espinhel pelágico. Em 2011, a organização também começou a investir na área de educação ambiental, assumindo que esse trabalho é fundamental para a conservação dos albatrozes e outras aves oceânicas. É fundamental porque agrega principalmente crianças à proposta de conservação do meio ambiente marinho. Afinal, mais do que os adultos do amanhã, elas também são multiplicadoras extremamente eficazes de ideias e de atitudes de proteção. Planejar e implantar um Programa de Educação Ambiental requer investimento e dedicação, não só de recurso financeiro para elaborar materiais, mas também do envolvimento de toda a equipe. Foi desta forma que ocorreu a construção do Programa de Educação Ambiental Marinha Projeto Albatroz na Escola. Com a soma dos recursos financeiros e humanos, ele resultou em uma resposta à lacuna da abordagem do tema marinho nas escolas, principalmente junto aos estudantes do Ensino Fundamental, com idade entre 6 e 12 anos. O trabalho vem sendo realizado nas escolas públicas de Santos, graças ao estabelecimento de um Termo de Cooperação Técnica com a Prefeitura Municipal, cujo objetivo é levar o conhecimento sobre os albatrozes e petréis para alunos e professores das Unidades Municipais de Educação. Nesse sentido, o apoio da Seção de Projetos Especiais Educacionais (SEPROJE) foi fundamental para fazer a ponte entre as escolas e o Projeto Albatroz. A próxima etapa foi elaborar o material para as escolas. Partimos para a confecção das Cartilhas de Educação Ambiental Marinha: um livro para professores e outro para alunos. O desafio consistiu principalmente na pergunta: que temas abordar? Definimos então os seguintes capítulos: Planeta Terra ou Planeta Água; Oceanos; Biodiversidade Marinha; Pesca, pescado e pescador; Impactos ambientais e Albatrozes e Petréis. Como o objetivo era envolver o professor, tornando-o multiplicador do tema em sala de aula, foram sugeridas atividades em cada capítulo que podem ser usadas em sala de aula por diferentes disciplinas. Já para os estudantes, a Cartilha do Aluno oferece atividades relacionadas aos capítulos da Cartilha do Professor. O trabalho nas escolas consiste em três etapas: a primeira é a apresentação da proposta nas escolas contatadas e interessadas, visando despertar o interesse do corpo docente para o tema da conservação marinha e o trabalho com projetos de educação ambiental. Já a segunda é voltada para a formação dos professores de 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I, tornando-os multiplicadores do tema da conservação marinha e proteção dos albatrozes e petréis. A terceira envolve os alunos, sensibilizando-os sobre os temas da conservação marinha, do efeito da ação humana no ambiente marinho e como cada um pode contribuir. Como resultado, um total de 3.590 alunos e 154 professores de dez escolas municipais de Santos participaram do Programa de Educação Ambiental Projeto Albatroz na Escola em 2012. Acreditamos fortemente que esse trabalho contribuiu – e vem contribuindo – com um futuro melhor, no qual o ambiente marinho será tratado com respeito, carinho e compreensão dos cuidados necessários à manutenção da sua vida.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Voluntariado do Projeto Albatroz

Desde que foi criado em 1991, o Projeto Albatroz envolve voluntários que desejam atuar, de alguma forma, em prol da conservação dos albatrozes e petréis. O nosso Programa de Voluntariado tem como objetivo possibilitar que o público interessado com a conservação dos albatrozes e petréis possa participar das ações do Projeto Albatroz e sinta-se engajado na proteção do meio ambiente. De acordo com o perfil e a disponibilidade, o voluntário participa de eventos promovidos pelo Projeto ou por parceiros, auxilia em diferentes em diferentes atividades administrativas ou técnicas, além de apoiar o trabalho de educação ambiental nos terminais de pesca e nas escolas, ações devidamente comprovadas no certificado de trabalho voluntário recebido por ele. O voluntariado organizado é, para nós, uma importante ferramenta de difusão do trabalho do Projeto Albatroz. Do ponto de vista da participação, contar com voluntários motivados, bem capacitados e dispostos a colaborar com a conservação marinha, também garante formar quadros de técnico que, no futuro, poderão atuar na área. Se você tem experiência em alguma área e deseja colaborar, entre em contato! Conheça mais sobre nossa proposta e juntar-se a nós! Saiba mais em http://www.projetoalbatroz.org.br/seja-um-voluntario/

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Os albatrozes estão em festa

Informações da BirdLife International, uma organização mundial que congrega entidades voltadas à conservação de aves marinhas, comprovam que, a cada ano, cerca de 300 mil aves são mortas incidentalmente pela pesca. Destas, mais de 100 mil são albatrozes. Somente no Brasil, mais de 10 mil albatrozes são mortos por ano e, a cada cinco minutos, um albatroz morre no mundo.
No País, esse problema começou a ser analisado mais de perto somente no início da década de 1990. Mais exatamente em 1991, quando um albatroz morto incidentalmente em uma pescaria oceânica foi levado até a sede do Instituto de Pesca, em Santos (SP). A jovem estudante de Biologia Tatiana Neves, já conhecida pelo seu interesse por essas grandes aves e hoje coordenadora geral do Projeto Albatroz, foi chamada para identificá-la. Assim o trabalho da organização dava seus primeiros passos em direção à proteção de albatrozes e petréis. Santos foi a cidade onde o Projeto Albatroz – hoje, com bases em outros três estados – enraizou seu trabalho. Portanto, são mais de 20 anos de história nesse município, que vem abraçando a causa de conservação das aves oceânicas e dos mares com muito interesse e comprometimento. Prova disso é a parceria com a Secretaria Municipal de Educação, que vem resultando no envolvimento de milhares de crianças da rede pública de ensino na proteção do meio ambiente marinho. É com muito orgulho, então, que o Projeto Albatroz participa, na manhã do próximo sábado, das comemorações dos 468 anos de Santos. A festa acontece no Aquário Municipal, importante parceiro da organização na conservação da biodiversidade marinha. Esperamos continuar colaborando com a cidade nas iniciativas de conservação dos mares e dos seres que o habitam, entendendo que esse trabalho também é um presente para a cidade que, tão carinhosamente, acolhe os albatrozes.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

2013 - Ano Internacional para a Cooperação pela Água

Em dezembro de 2010, a ONU (Organização das Nações Unidas) (ONU) declarou 2013 como o Ano Internacional de Cooperação pela Água, e em agosto de 2011, a UNESCO foi oficialmente nomeada pela ONU para liderar essas ações. Durante doze meses, a UNESCO organizará irá organizar eventos que propiciem debates e ajudem a procurar e encontrar soluções para combater um dos principais problemas da sociedade na atualidade, que é a escassez de água potável para cerca de 11% da população mundial. Cerca de 70% do nosso planeta é constituído por água. No entanto, apenas cerca de 3% é de água doce e, destes, dois terços encontram-se retidos nos glaciares, restando apenas 1% de água disponível para utilização humana. Tendo em vista essas problemáticas, o objetivo deste Ano Internacional é aumentar a conscientização da população, para uma maior cooperação e também orientar sobre os desafios da gestão da água, em função do aumento de sua demanda. Mais informações no site oficial do Ano Internacional de Cooperação pela Água