sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Lixo e os animais marinhos

Estima-se que, por ano, aproximadamente, 6.4 milhões de toneladas de lixo são descartadas nos oceanos e mares. Boa parte desse lixo, principalmente os plásticos, confunde os animais marinhos, que ingerem os resíduos ao confundi-los com alimento. A análise do conteúdo estomacal de animais marinhos é uma forma de avaliar a proporção do problema enfrentado por esses seres vivos. É muito comum que se encontre em seu estômago fragmentos de sacolas plásticas, tampinhas de garrafa, isqueiro, entre outros resíduos. Os Procellariiformes (ordem a qual pertencem albatrozes e petréis) também sofrem as consequências desse impacto. As águas brasileiras são utilizadas para alimentação de várias espécies e, assim, muitas aves são encontradas em praias do Sul do País com uma grande quantidade de lixo em seus estômagos (o lixo bloqueia o trato digestivo, levando o animal à morte). Em uma pesquisa que analisou o conteúdo estomacal de 77 aves procellariformes, nibs e nylon representaram 80% dos fragmentos encontrados, presentes em 86% das amostras. Nibs são pequenas bolinhas brancas (de 1 a 5 milimetros de diâmetro) e dão origem a materiais plásticos como copinhos, garrafas e mamadeiras. São transportados pelos mares e sua dispersão é frequente. De acordo com a pesquisa, as espécies mais afetadas por esses resíduos foram o bobo-grande (Puffinus gravis) (12/12), a pardela-preta (Procellaria aequinoctialis) (6/7) e o albatroz-de-sombracelha-negra (Thalassarche melanophris) (14/17). Os dois primeiros são espécies de petréis. No entanto, os nibs não são o único problema. Objetos plásticos já em sua forma final – a exemplo de tampinhas – também foram encontrados em estômagos de albatrozes filhotes em uma ilha do Havaí, mortos bem provavelmente em consequência da sua ingestão. O problema do descarte inadequado do lixo plástico é de todos nós. Enquanto não houver maior sensibilização e consciência acerca do impacto que causa a diversos seres vivos, ele continuará significando problemas em diferentes níveis, incluindo aí o ambiente marinho. Fontes: Eco Desenvolvimento Global Garbage BBC Brasil

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